decreto estadual

Liberação do uso de máscaras ao ar livre divide opiniões em Santa Maria

Jaiana Garcia

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Eduardo Ramos (Diário)
O uso ou não de máscara ainda divide opiniões e provoca atitudes diversas por parte da população

O uso obrigatório de máscaras em ambientes abertos e fechados em Santa Maria começou em 18 de abril de 2020, logo depois do começo da pandemia. O anúncio foi feito por decreto municipal e depois foi reiterado por regras aplicadas em todo o Estado. Em outubro do mesmo ano, passou a vigorar a Lei das Máscaras, que previa multa para quem não usasse a proteção individual. Nesta quarta-feira, após o governo do Estado antecipar que iria liberar o uso do acessório ao ar livre e sem aglomeração, antes mesmo do decreto ser publicado, nas ruas da cidade muitas pessoas ainda faziam uso da máscara. Algumas retiravam apenas para tomar um sorvete ou uma água, mas em seguida colocavam novamente. E mesmo que tenha pessoas usando as máscaras, existem outras que dispensa o acessário de proteção muito antes da liberação do decreto, que foi publicado pelo governador Eduardo Leite (PSDB) na noite de quarta-feira.

Avenida Presidente Vargas tem trânsito liberado em um dos sentidos

A decisão tomada pelo governo do Estado ainda divide opiniões. Enquanto uns acham que ao ar livre não há problema, outros acreditam que ainda é precoce deixar de usar máscara e afirmam que continuarão usando. 

CONTRA OU A FAVOR?
O assunto passa longe de ter consenso entre as pessoas, que se dividem em quem é contra a máscara, quem é a favor e quem acredita que há alguns casos necessários. O estudante Nicolas Souza de Oliveira, 14 anos, que estava com a namorada na Praça Saldanha Marinho, disse que em determinadas situações não acha necessário o uso, porém destaca que em alguns momentos ainda é fundamental.

- Com certeza, tem que usar máscara ainda para prevenção. Eu peguei uma vez Covid, então sei o quanto é importante usar. Mas agora que estamos só nós dois aqui, não vejo necessidade de usar. Quando tem muita aglomeração acho necessário. 

Mesmo antes da decisão estadual, o pedreiro Aldori Flores, 55 anos, já havia deixado de usar máscara quando estava em ambientes abertos sem muitas pessoas.

- Se for ao ar livre, acho que não faz muita diferença. Eu já estou vacinado, peguei Covid mesmo usando máscara. Onde exigem, eu vou usar, como ônibus e alguma repartição. Eu carrego a minha, mas para caminhar eu tiro porque sufoca demais.

O aposentado Demerval Moreira, 70 anos, acha que os decretos que exigem e liberam o uso de máscaras fazem parte de jogadas políticas.

- Sinceramente, é jogada política. Com a máscara ou sem máscara ninguém curou a pandemia. Eu sou contra o uso, acho que tem que liberar mesmo.

O carpinteiro Dejalmo da Cruz Filho, 58 anos, afirma que se sente seguro em não usar o acessório em locais abertos sem aglomeração.

- Ao ar livre acho bom, mas em ambiente fechado vou seguir usando. Em locais onde tiver muita gente vou usar também, mesmo sendo aberto.

A dona de casa Márcia Menezes, 55 anos, acha que é precipitada a decisão de liberação. Para ela, o mais seguro seria aguardar a posição das autoridades de saúde em nível federal.

- Seria melhor esperar mais um pouco. Ainda não estamos seguros, seguem acontecendo mortes. Não custa pensar na gente e nos outros, na segurança de todos.

Com o vai e vem de decisões que abrigam e liberam o uso de máscaras, tem que ainda não saiba opinar sobre o assunto. A dentista Laísa John, 23 anos, ainda se sente indecisa e insegura. 

- Eu só tiro na rua para tomar minha água. No centro, com o movimento intenso, eu acho adequado seguir usando, assim como em ambientes fechados. Não podemos esperar bom senso de todos, a pandemia nos mostrou isso. O momento traz muitas incertezas.

QUEDA NAS VENDAS DE MÁSCARA
Nas farmácias, onde a corrida pela compra de máscaras no começo da pandemia era grande e havia até falta do produto nas prateleiras, os comerciantes já notam uma diminuição das vendas há alguns meses. A queda nas vendas chega a 30% em um estabelecimento no centro de Santa Maria. As caixas com 50 ou 100 unidades de máscara nem são mais fornecidas. Há apenas as opções de pacotes individuais ou com 10 unidades.

- Deu uma boa diminuída. Acho que porque as pessoas já estão vacinadas, tem o fator do calor. Mas acredito que as pessoas ainda precisam ter consciência de que ainda é importante usar, principalmente as pessoas que possuem comorbidades. Seria ideal segurar mais um pouco, já aguentamos até agora - avalia o balcofarmacista Rossano Prestes do Santos



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